Quem és tu, ó pobre homem? Vives perambulando pelas ruas da região central de uma cidade grande. Sem nome e sem identidade. Tu que passas, muitas vezes, despercebido pelos olhos distraídos, apressados e desinteressados dos milhares de indivíduos que próximo de ti transitam. Miserável és tu, ó pobre homem, quase invisível. Apenas um no meio da multidão.
Quem és tu, ó pobre homem? Tu que não consegues enxergar um palmo à frente do nariz, apenas a escuridão. Andas sozinho, perdido, somente em companhia do teu acordeão. Tu que peregrinas de ponto em ponto, de esquina em esquina, buscando um pouco de compaixão.
Quem és tu, ó pobre homem? Que apesar de não enxergares as belezas das cores do mundo exterior, enxergas com a alma lindas notas musicais que ressoam no ar. Tu que te sentas em algum lugar da turbulenta região central com o instrumento no colo e um recipiente para as esmolas no chão. Tu que tocas músicas que chamam a atenção das pessoas apressadas e ocupadas. Ó, pobre homem invisível, tu não és mais tão invisível assim.
Quem és tu, ó pobre homem? Tu que após mais uma jornada consegues despertar, por meio da música, a admiração, o espanto ou pelo menos a curiosidade das pessoas que por ali passam. E, depois de mais uma pequena demonstração, esperas que em tua pequena vasilha no chão ressoem o som de moedas caindo dos indivíduos que ali estão.
Quem és tu, ó pobre homem? Tu que recolhes a pequena gratificação das pessoas, colocas o instrumento nas costas e te vais. Não se sabe pra onde e nem como. Talvez, irás peregrinar por aí, perdido em outro canto da cidade. Talvez voltes amanhã, na semana que vem ou em outro dia qualquer.
Fernanda Oliveira
Quem és tu, ó pobre homem? Tu que não consegues enxergar um palmo à frente do nariz, apenas a escuridão. Andas sozinho, perdido, somente em companhia do teu acordeão. Tu que peregrinas de ponto em ponto, de esquina em esquina, buscando um pouco de compaixão.
Quem és tu, ó pobre homem? Que apesar de não enxergares as belezas das cores do mundo exterior, enxergas com a alma lindas notas musicais que ressoam no ar. Tu que te sentas em algum lugar da turbulenta região central com o instrumento no colo e um recipiente para as esmolas no chão. Tu que tocas músicas que chamam a atenção das pessoas apressadas e ocupadas. Ó, pobre homem invisível, tu não és mais tão invisível assim.
Quem és tu, ó pobre homem? Tu que após mais uma jornada consegues despertar, por meio da música, a admiração, o espanto ou pelo menos a curiosidade das pessoas que por ali passam. E, depois de mais uma pequena demonstração, esperas que em tua pequena vasilha no chão ressoem o som de moedas caindo dos indivíduos que ali estão.
Quem és tu, ó pobre homem? Tu que recolhes a pequena gratificação das pessoas, colocas o instrumento nas costas e te vais. Não se sabe pra onde e nem como. Talvez, irás peregrinar por aí, perdido em outro canto da cidade. Talvez voltes amanhã, na semana que vem ou em outro dia qualquer.
Fernanda Oliveira
Sem dúvidas um de seus melhores textos...
ResponderExcluirParabens amiga!!!
Bjos